Bom dia pessoas! Tudo bem?
Pensei em explicar o motivo pelo qual não tenho escrito com frequência, mas quem é seguidor já tá acostumado à minha ausência (exceto a Miriam, que sempre diz que tem saudade do Blog! Eheheheheh!!!!). Logo, pouparei ATP nesta missão.
Neste período cumpri uma das minhas disciplinas favoritas (talvez A Favorita!) no Doutorado: Crédito Didático. E do que se trata esta disciplina? Explico: como o nome sugere, é uma disciplina na qual o aluno de pós-graduação (também tive que a cursar no Mestrado) tem que lecionar Bioquímica para alunos de graduação! Para muitos, uma disciplina; para outros, a pior coisa do mundo; para mim, uma enorme satisfação!
É sério!
Às vezes, pergunto-me de onde tirei tanta vontade de dar aulas! Afinal, quando era mais novo e era obrigado a ensinar os meus primos, eu simplesmente ODIAVA aquilo. Era um verdadeiro saco ter que parar a minha vida para ensinar meus primos mais novos. Claro que só fazia isso porque minha avó me obrigava. O curioso é que, mesmo que eu rejeitasse aquilo com todas as minhas forças, minha avó sempre disse que eu levava jeito pra ser professor, pois meus primos aprendiam rapidamente quando os ensinava.
Depois de muitos anos, tive minha primeira experiência com didática, quando comecei, em 2002, a participar como monitor dos Cursos de Férias promovidos pelo, na época, Departamento de Bioquímica Médica (hoje somos Instituto). Pra minha sorte, quase todos os seguidores estão, de alguma forma, ligados ao CF. Os que não estão, sabem do que se trata! Logo, não precisarei explicar como o mesmo funciona.
Porém, se pararmos pra pensar, a didática utilizada nos CF’s é bem diferente daquela de sala de aula propriamente dita. Assim, minha experiência real na sala de aula veio no Mestrado, quando dei aula de Bioquímica pros calouros de Medicina. A segunda veio agora, nestes últimos 2 meses, para os alunos do 2º período de Farmácia. Primeiro, foi um “sonho realizado”, pois sempre quis dar aula pra galera da Farmácia, uma vez que me formei neste curso. Segundo, que dei aula para uma de minhas ex-alunas de CF, a Natchê!
Confesso que foi uma experiência incrível!
Ao contrário da primeira vez, na qual as aulas já eram pré-montadas e eu só precisava seguir um roteiro, desta vez tive que preparar minhas próprias aulas! E, acreditem, é um trabalho enorme (que fique claro que isso não é uma reclamação, apenas uma observação)! Claro, quem me conhece sabe como fico pilhado pra preparar o melhor possível, ainda mais se tratando de aulas! Mas, a pilha é refletida em vontade de dar a melhor aula possível e fazer com que os alunos gostem do que estão aprendendo.
Confesso que ainda não sei de onde me vem tamanha vontade de ser professor! (Tá, eu sei que já disse isso acima, mas é só pra reforçar!)
E mais, desta vez peguei uma turma muito maneira (em vários sentidos!)! Como muitas coisas aconteceram neste ínterim, colocarei as que mais me chamaram atenção!
1) Um aluno incomoda muita gente... 60 alunos incomodam muito mais!
A turma era dividida em A e B, o que dava mais ou menos 40 alunos pra cada uma. Além disso, a professora responsável permitiu a troca de turmas, ou seja, quem estava inscrito na A poderia assistir aula na B e vice-versa. E é a partir desta premissa que aconteceu a situação mais engraçada do período!
Quando fui para a primeira aula, no dia 14/03, deparei-me com cerca de 15 alunos na sala de aula. Tudo bem, como era o primeiro dia de aula e muitos estavam envolvidos com os trotes, seria normal ter uma baixa frequência! Logo, tudo bem!
Entretanto, quando cheguei para a segunda aula, este número aumentou para 25-30, o que ainda estava aquém da quantidade correta. Só que o destino me aguardava outras surpresas. Na terceira aula, comecei com um número normal, mas que chegou, ao final da aula, a cerca de 50 alunos!!! Mííííííítico meu povo (já diria Zé Graça)! Mas o melhor não foi isso. Quando pedi, na quarta aula, que passassem uma lista de chamada das 3 aulas anteriores, deparei-me com os seguintes números de assinaturas:
1º aula: 42 alunos
2º aula: 48 alunos
3º aula: 39 alunos
4º aula: 55 alunos
Ah fera! Nem que eles quisessem teríamos 42 e 48 alunos nas duas primeiras aulas (respectivamente). O melhor foi a cara deles quando coloquei isto num gráfico! Muito bom!
Mas não era apenas simples assim. Ora bolas, se temos uma quantidade determinada de alunos divididos em duas salas e uma delas passa a ter mais alunos, obviamente a outra tem que diminuir. O que mais chama atenção é que a turma que diminuiu foi exatamente a da professora da disciplina. E o que isso tem de mais? Simples! Eu sou um “mero” aluno de pós-graduação, terror dos alunos de graduação (sei disso porque muitos amigos de turma odiavam ter aulas com alunos de PG, pois achavam que eram suas aulas eram muito ruins). Logo, deveria ter algum motivo pra eles se deslocarem para a minha turma! Quais eram os motivos?! Perguntem a eles...
2) Se não pode com eles, fale besteiras com eles...
Não adianta! Aqueles que me conhecem sabem que não consigo evitar uma boa besteira, independente do lugar! E, obviamente, não foi diferente em sala de aula. Ah, não é porque tenho um compromisso ali que tenho que deixar de ser eu mesmo e me privar de piadinhas infames e afins. Acho isso uma bobagem sem tamanho. Sendo assim, lá estava eu, em todas as aulas, fazendo a alegria (ou não!) da galera! Mano, não sei de onde tirei tanta história bizarra pra contar e tanta besteira pra falar. Resultados, muitos momentos de altas gargalhadas, a ponto de pedir calma pra não atrapalhar os professores das salas adjacentes. E não pensem que foram apenas besteiras faladas. Como vocês sabem, também sou muito performático! Guiado pelo Hit Sou Foda, dos Avassaladores, protagonizei momentos da mais pura idiotice, dançando em sala de aula como se estivesse mesmo num baile! Bizarrésimo ao extremo (Zé Graça de novo!)! Chegou ao ponto deles me pedirem pra ir de “Sou Foda” no dia da prova. Pensei seriamente nisso, mas profa estragou tudo ao ficar no dia da prova...
Claro que, como não poderia faltar, muito Chaves e Chapolin também estiveram presentes nas aulas!!!
Outro momento áureo foi a explicação singela das Leis da Termodinâmica. Como exemplo, o Sexo! Isso mesmo, Sexo! Pra quem não vê nenhuma relação, explico:
1º Lei da Termodinâmica: “Lei de conservação da energia. Nela observamos a equivalência entre trabalho e calor. Esta lei enuncia que a energia total transferida para um sistema é igual à variação da sua energia interna.” – Veja como é simples! Se Energia = Trabalho + Calor, vai dizer que não há muito trabalho sendo feito ali no momento do “vamo-ver”?! Além disso, corpos suados não faltam, o que indica muita liberação de calor também! Logo, o Sexo respeita a 1º Lei da Termodinâmica.
2º Lei da Termodinâmica: “Expressa, de uma forma concisa, que ‘A quantidade de entropia de qualquer sistema isolado termodinamicamente tende a incrementar-se com o tempo, até alcançar um valor máximo’". – Agora analise bem: Se a entropia – grandeza que mede o grau de desordem de um sistema – tende a aumentar, podemos dizer que a tendência é que as coisas alcancem um grau maior de desorganização ao final. Hmmmm... o que temos mesmo ao final de umazinha? Exatamente! A mais pura desorganização do sistema! Cabelos pro alto, lençóis nos mais diferentes lugares, roupas em lugares desconhecidos, entre outros. Concluindo, o Sexo segue também a 2º Lei da Termodinâmica.
Viram como é simples? E quem disse que não podemos aprender termodinâmica com exemplos do "cotidiano do dia-a-dia diário"?!
Mas, talvez o mais engraçado foi a explicação de coisas que demoramos pra entender e que, só depois de um certo tempo na vida (e muita sagacidade), conseguimos sacar! O exemplo usado foram as músicas Mundo Animal, dos Mamonas Assassinas, e 2345meia78, do Gabriel O Pensador. Claro que a primeira foi uma discussão simples sobre a primeira estrofe. Entretanto, a segunda precisou de uma discussão mais minuciosa sobre a parte da letra E. Pra não ficar enorme, explicarei a quem me pedir. Mas, parem e pensem bem nesta parte da letra. Quem sabe, sozinhos, vocês não chegam ao ponto?!
3) Alunos e professor-aluno unidos, jamais serão vencidos!
Isto mesmo! Se há uma coisa que aprendi com Deise Benther (minha amada profa de Química da ETEJK, um exemplo a ser seguido!!!) é que a relação professor-aluno não deve se resumir ao fato de o primeiro ensinar e o segundo aprender! Abomino isso! Professor de verdade tem que se interessar pelo que se passa com seus alunos. Tem que procurar entender o que acontece com a turma e, sobretudo, aconselhar para que eles não aprendam somente a disciplina, mas levem algo mais para a vivência deles. Mais que isso, sou totalmente contra professores que parecem fazer questão de reprovar alunos (e há aos montes deste tipo espalhados por aí). Quando será que aprenderão que uma boa relação com os alunos até facilita na hora do aprendizado?! Cara, não me entra mesmo na cabeça...
Sendo assim, uma coisa que prezei bastante foi a boa relação com meus alunos. Procurei ouvir os anseios, entender as dificuldades, respeitar os momentos e, claro, tentar solucionar da melhor forma possível! Acreditem, isto aconteceu muito durante o período. Infelizmente, não sou o professor responsável da disciplina e muita coisa foge ao meu alcance. Porém, lutei para que eles não fossem claramente prejudicados em alguns momentos.
Outra coisa legal que aconteceu foi que fiz bons amigos naquela turma! Fui chamado pra sair com eles, pra ir a aniversários, pra comer chocolate após a prova... ou seja, acho que, de alguma forma, os caras gostaram de mim!
Quando chegou o dia da prova, ainda fiz uma mini-aula de revisão com eles, a fim de tirar as dúvidas de última hora dos desesperados de plantão! Pra compensar, prometi dar barras de chocolate pra quem tirasse acima de 9 ou menos de 2 na prova... eheheheheheheh!!!
Bem, não me estenderei mais, pois o post já está enorme! Se quiserem saber com mais detalhes, conversaremos por aí... se vocês me acharem, né?! Eheheheheheh!!!
Ah, o que é isso que vocês estão vendo?! Meus queridos alunos fazendo prova... eheheheheheheh!!!
Abraço e até a próxima!