Hoje está sendo mais um dia de dúvidas acerca do que me mantém associado à determinada pessoa. Já perguntei pessoalmente, na desesperada tentativa de esclarecer de vez o assunto. Porém, quanto mais tento entender, menos sei do que se trata.
Não adianta! Eu fujo dos sinais como um gato foge do banho. Ignoro-os a todo custo, a fim de não dar interpretações equivocadas ao “sou legal, não estou te dando mole”. Entretanto, no fim do dia, quando a cabeça repousa, sou pego pelos mesmos pensamentos dos quais me afasto (ou pelo menos tento) durante todo o dia.
Vivo de porquês: Por que tenho que me importar tanto com ela? Por que ela se faz tão estranhamente importante na minha vida? Por que tento sempre a incluir em tudo que faço? Por que eu? É só isso que quero entender! POR QUE EU? Logo eu... cheio de expectativas, falhas, anseios e outras coisas que me fugiram à cabeça agora. É sério! Por que ela tem que querer falar logo comigo quando está chateada com algo? Por que ela insiste em querer conversar comigo, sair comigo, estar comigo? Não cabe a mim responder.
Resposta para isso tudo? Não tenho! Eu simplesmente não sei nenhuma delas.
Se você me perguntar agora o que sinto por ela, direi simplesmente que a amo de um jeito que não sei explicar. Mas, se forçar um pouco, direi que me sinto tão intimamente ligado a ela, que a amo como irmã. Eu me preocupo com o bem estar dela, se ela está comendo direitinho, se está se sentindo sozinha na casa nova, se quer companhia pra ir até o mercado ou apenas pra passar o tempo. O problema é quando a tenho perto de mim. Irmãos não sentem vontades “estranhas” quando estão pertos um do outro... Fujo disso! Concentro-me em outras coisas. Afasto qualquer tipo de pensamento leviano acerca desse assunto! Não quero inventar o que pode ser que não exista! Afinal, somos amigos!
Ah, como eu gostaria de apenas cortar todos os laços e seguir em frente. Mas não... há algo maior que me mantém preso a ela. Luto, reluto e não me calo. Instintivamente, continuo me desfazendo de toda e qualquer expectativa que possa surgir (e surge!). Estou realmente determinado a deixar tudo isso de lado e viver para mim. O problema é que, de alguma forma, a gente mantém uma conexão estranha e complexa. É tudo muito complicado. Eu realmente preciso encontrar um modo de a arrancar de vez da minha vida. Mas, quero fazer isso de forma justa e digna. Não vou fugir como um covarde. Preciso dar o exemplo para que ela faça o mesmo. Continuar neste chove não molha será ruim para mim, mesmo sem saber se também será para ela.
Sinto vontade de escrever sobre isso tudo, como acabei de fazer, mesmo sem saber se ajuda de alguma forma. Bem, acho que ajuda sim, pois é a manifestação de aspectos que me incomodam e me fazem refletir em quão estranhas e engraçadas são as relações interpessoais.
O que vão pensar de mim ao ler isto? Confesso que não me importo muito. Se escrevo e coloco aqui é porque tenho plena consciência desta atitude. Se não quisesse, simplesmente não postaria!
Ah, deixa pra lá.
Bem, só pra não ficar sem um poeminha, colocarei um que escrevi num momento de revolta com o mundo. Relaxem, não é uma constância na minha vida! Mas, todos temos dias assim...
Devorando
Devorando-me antropofagicamente
Consumindo-me eu meu individualismo
Egocêntrico e narcisista
Sigo a voracidade que me faz sobreviver em meio ao caos.
Metaforicamente me refaço em mar e fúria
Procuro uma independência fugaz e efêmera
A fim de, com ela, fazer o que bem entender.
Instalo-me nos softwares de minha mente leviana
E reprogramo o sistema.
Sagazmente começo um novo começo
Non-adaptation mode ligado
Disposto à inovação.
Pelo próprio espelho, rechaçado?
Talvez não seja tão estranho assim.
Pelas pessoas, desdenhado?
Continuo achando normal.
Seria esse o preço a pagar pelo desapego
Viver assim no desassossego?
Impressa até o cabelo, Hostilidade.
Fujo da cara de desespero com facilidade
Com inerente eloqüência
A verdade disfarço.
Remexo, viro do avesso
Devoro-me no terraço.
Gargalhadas enlouquecidas
Confortam meu habitat.
Loucura é sempre bem vinda
Não consigo a evitar.
Dói amar alguém e não ser amado em retorno, mas o que é mais doloroso é amar alguém e nunca encontrar a coragem para deixar esta pessoa saber como você se sente...
ResponderExcluir